31 de julho de 2005

UM DIA DE DOMINGO

[ 10:00 ]
Apercebi-me que tinha perdido o passe da Fertagus quando ia apanhar o 49 para o Restelo... O que vale é que hoje é 31 de Julho e ainda não tinha comprado para Agosto...

[ 10:20 ]
A Linda ficou presa no elevador e eu tive que traduzir o que a Linda n.º 2 gritava em alvoroço para o Sr. Zé (vigilante do MNE).

[ 11:30 ]
Acabara de saber que iria ter a minha companhia incompleta para o gelado, para as bolachas, para o jornal enrolado e para as conversas sem nexo pela tarde fora.

[ 12:31 ]
Estou podre de sono e com o estômago incrivelmente oco.

[ 13:15 ]
Estou sozinha no átrio do Museu e ouço as vozes grosseiras e altivas da Linda&Linda em kimundo (ou krioulo, who knows... ou mesmo... who cares??).

[ 13:45]
Acabei de comer o meu arroz de bacalhau. É hora para o 2º café do dia.

[ 15:00]
Conversas sobre ratazanas, Lindas e casas-de-banho (afinal sempre nos sentamos de facto na sanita).

[ 16:00 ]
A Linda n.º 2 afinal chama-se Tété e pode ter andado no Chapitô (facto constatado pelo Ricardo).

[ 17:00 ]
Desvairanço de conversas sem nexo interrompidas por diversos visitantes (faz parte dos ossos do ofício).

[ 17:15 ]
"Quando eu me for embora vocês vão-se esquecer de mim?"
"Não!... Temos o teu blog!...."

[ 17:40 ]
Depois de todas as contas feitas e depois de estar prontinha para sair, eis que aparece uma Professora que compra 2 artigos e "obriga-me" a fazer tudo de novo.

[ 18:57 ]
Em casa... At Least!
Apesar de ter andando a pensar em dormir durante todo o dia, não me apetece... Porquê?

[ 19:00 ]
A Rititas "manca-se" e vai dormir.

27 de julho de 2005

vestígios

" encenamos momentos
como se de coincidências as nossas vidas se tratassem...
(...)
O que vale é que a Linda não sabe ler.
(...)
E agora chegou a altura de desfragmentar esta folha para todo o sempre."

26 de julho de 2005

PARABÉNS [ 52 ]

Um Bebé Bonito, depois...
Um Miúdo Inteligente,
Mas muito malandreco.
Com 3 irmãs malucas que lhe faziam a cabeça [ ainda fazem? ]
O seu primo Faduca era o seu melhor amigo,
Com quem partilhava as suas prendas de aniversário.
Sempre foi vocacionado para números e trabalhos de investigação,
Mas a música também era a sua paixão.
Ganhou uma guitarra quando passou o liceu.
Cosmos 5 [ five ] era a sua banda,
Ele era o vocalista charmoso...
Que ia dar assistência às fãs
Quando a banda tocava instrumentais.
Era um miúdo feliz na faculdade,
Medicina Veterinária foi o seu curso.
Viu a morte a passar-lhe ao lado,
Mas ainda não tinha chegado a sua hora...
Foi o seu "segundo nascimento"...
Memórias difíceis de contar [ e para mim de postar ]
Casou, teve 3 filhos.
[ A filha do meio... incrivelmente tagarela e irritante ]
Entretanto foi tirando o Doutoramento,
Trazia roupas da Barbie de Inglaterra para as 2 filhas.
Gosta de pesca, de peixes de água quente e de boa música.
Gostava de fazer um furo na orelha mas ainda não arranjou coragem.
Diz que já não tem idade para isso...
É o meu PAI.

25 de julho de 2005

Hoje adorei ir à praia contigo...
meu croquetezinho!!





















[ o meu sammy ]

Résumè do FDS

:: Recostei-me nos sofás etnológicos com vista para o Rio Tejo e para a Margem Sul;
:: Comi Oreo's [ aquelas bolachas que dão para comer de 1001 maneiras ] e fiquei a saber o que era um "botão de rosa".
:: Apaixonei-me por uma banda de punk rock --> TRIPLET.
:: Participei de uma reunião familiar acerca da relação amorosa e pessoal entre a Vanina e o Sr. Nazaré [ com eles presentes ].
:: Assisti a uma tentativa falhada de uma sessão de Reiki [ o ovo não se mexeu e as energias do Sr. Nazaré foram cortadas bruscamente pelo ladrar repentino da Paloma ].
:: Tive uma crise existencial ao fim da noite de domingo.

23 de julho de 2005

Quando era criança adorava acenar um adeus para as pessoas que passavam no autocarro ou para os funcionários das portagens. Ficava radiante quando obtinha resposta. Era como se eu conhecesse essas pessoas e elas a mim. O momento valia pelo sorrisso partilhado e pela simplicidade do gesto de um desconhecido que animava o dia de uma criança.
Hoje estava eu no autocarro apinhado e vinha sentada do lado da janela. Duas crianças (nos seus 4 e 6 anos) numa varanda de um prédio, acenavam para os passageiros com um sorrisso e uma alegria própria das crianças. Os passageiros carrancudos e mal encarados olhavam com desdém para estas mas elas não desistiram. Foi nesse preciso instante que lhes acenei e lhes brindei com um sorrisso. Elas ficaram radiantes e eu ganhei o meu dia. Como quando era criança.

21 de julho de 2005

PARTE I

BIG BROTHER Grupo Acção de Formação 05
O Grupo de Acção de Formação para Vigilância / Vendas para os vários museus do IPM daria um grupo heterógeneo e muito interessante para o reality-show Big Brother. Cada um tem uma particularidade autêntica ao qual é impossível não reparar.
Este grupo está a ter a formação no MNE e estou a "conviver" com eles durante um mês. Cada descrição que se segue é verídica e autêntica.
Passo a apresentar os primeiros 6 formandos, num total de 12 (eles são mais mas não os vou descrever a todos).
1. Jornalista de meia idade, com descendência angolana. Não tem os dois dentes da frente, possui uma barriga de 9 meses e adopta uma atitude prepotente.
2. Homem nos seus 30 anos, sempre com um saco de plástico na mão, gosta de andar rápido em movimentos circulares e sobre o mesmo eixo. Fala alto e de forma rude. Tem vários tiques nervosos.
3. Mulher franzina que é em tudo semelhante a um homem (exceptuando o pouco peito que tem). Cabelo curto e grisalho, pólo enfiado dentro das calças de ganga e um andar à cowboy. Por vezes tem rasgos de loucura e põe-se aos saltinhos no meio do átrio do MNE.
4. Mulher baixa e rechonchuda, por volta dos 30 anos, tem o cabelo volumoso, curto e espigado, óculos grandes, um sinal em relevo na cara e dentes de todas as formas, cores e feitios. Tem um primo que dança no Rancho de Lamego e gosta de franzir o nariz quando falam com ela.
5. Homem alto e esguio, cabelo grisalho e despenteado, é vesgo de olhos grandes e gosta de olhar para cada pessoa como se fosse a primeira vez que visse um ser humano.
6. Miúda gorda com os seus 19 anos, gosta de usar roupa justa e tem um namorado do qual não consegue fica longe muito tempo. Anda sempre pelos cantos e agarrada ao telemóvel.
Amanhã escrevo sobre os outros 6 formandos, para assim vocês decidirem qual destes seriam os três classificados.
A sério que eles existem. E a partir de Agosto poderão até vê-los nos vários Museus de Lisboa e verão que eu não estava a exagerar.

20 de julho de 2005

Rasgo de Inspiração Alheia

Ela queria somente que ele a olhasse nos olhos naquele momento. Tinha a convicção de que se o fizesse iria compreender o que sentia. No mais escondido canto do seu pensamento pedia:
vem até aqui e descobre! Mesmo que depois não admitas que sabes o que sinto, preciso que sejas tu a desembrulhar este sentimento. Sozinha nunca serei capaz de te explicar como as partículas que se cruzam agora dentro de mim [ da alma, porque o corpo é só o veículo ].
Lentamente ela desprende o olhar do infinito, sacode a cabeça com força, pisca os olhos, acorda e sente que está novamente alone.
(...)
Ela levanta-se lentamente, o corpo enfraquecido pela depressão, e sussura para que o vento leve as suas (últimas) palavras:
- queria tanto ser aquela pessoa que tu procuras, pois pareces ser a pessoa que procuro e sem dar conta encontrei.
O vento rodopiou na frente da janela e ofereceu-lhe o rasgo de brisa fatal.

19 de julho de 2005

A Viajante Hoje Sou Eu...

Sentada atrás do balcão da recepção, fixo as letras gordas: "SOGOBÓ - Máscaras e Marionetas do Mali". Desvio o meu olhar para a direita e deparo-me com a entrada do Museu. O jardim bem cuidado, as folhas pouco movimentadas pela brisa quente e o visitante invisível e imaginário que eu faço entrar com o meu olhar.
Agora não se ouve nada... Só o barulho do ar condicionado e o eco de vozes perdidas no bar ou quisá, nos corredores do museu. Fixo a parede com o olhar durante uns minutos e começo a ouvir um som familiar. Demasiado familiar. É uma voz feminina que aquece as cordas vocais com vocalizes em escala ascendente. De repente já não estou no Museu. Em vez de arbustos verdes, vejo sobreiros através das janelas rectangulares made by Siza Vieira. Estou sentada nos canos vermelhos a partilhar o espaço com a dread. Ouvimos as vozes que ecoam pelo U gigante e que cantam "Para toda a Estefanilha um Feliz Nataaaal". Dirijo-me ao Átrio onde me cruzo com o Cagão de Pegões, com a Eva Bisonte, com a Bruna Borbulhenta, com a Vanda que chora com um ramo de flores na mão, com o Hector e o Dizzi que fazem palhaçadas atrás do segurança, com dois mimos que divertem com quem se cruzam, com a Margarida da Graça e o seu olhar aluado, com a Fernanda que carrega tripés, com o Francisco que fuma atrás da porta, com a Silvie que canta o hino da ESE com uma lágrima no canto do olho, com a Tuna Sadina que passa com as pandeiretas furadas e riscadas...
O buraco no tecto reflecte a luz do Sol no chão branco na posição ideal e perfeita, cujo reflexo só é possível visionar uma vez por ano - no centro do Átrio.
Viro a esquina das escadas brancas para o bar e bato com a testa em folhas A4 penduradas por fio de nylon que sugerem títulos sarcásticos e reflexivos... todos sabem que foi o Olho de Lince. Já no bar encontram-se todos: a Tribo, o Canu, o Sr. Rui, os afilhados, o grupo da suecada, os cáras do brasiu e o pessoal de costume [ComSoc de todos os anos, alguns ESTianos e histéricas do PRI a discutirem trabalhos e notas]. O barulho das gargalhadas e das vozes começa a ser gradualmente e enfastiosamente ensurdecedor.
Um sorrisso bonito e uns olhos castanhos brilhantes interpelam-me:
"Esta exposição da filigrana é uma tremenda merda não acha?"
"Acho..." respondo eu com um sorrisso tímido.
"Vá... Vamos comer um gelado... Eu pago!"
Está calor e o meu cérebro encontra-se dormente de tantas viagens.

18 de julho de 2005

Algo

Hasib Hussain de 19 anos acorda meio atordoado naquela madrugada. Lava-se, veste-se e come os CornFlakes na sua tijela preferida. Um pouco antes das 8h, vai ter com os seus outros 3 companheiros que o esperam à porta do prédio muito impacientes: "Hasib, és sempre a mesma coisa... Vá, anda lá!".
Os quatro rumam para a King's Cross e parecem muito bem-dispostos. Só Hasib encontra-se demasiado nervoso. Tão nervoso, que tiveram que fazer algumas paragens para Hasib poder ir à casa-de-banho, enquanto os outros gozavam com ele. Pelo caminho na estação, Hasib encontra a sua vizinha de 4 anos acompanhada pela mãe. Zinad adora Hasib porque ele sempre a faz rir. Mas nessa manhã Hasib passou por ela e não a viu. Ou não a quis ver.
Hasib estava agora sozinho, pois os outros três companheiros já se haviam dirigido para os seus alvos. Ele continuava nervoso. Por volta das 9h29m, Hasib encontrava-se no autocarro em Tavistock Square, e toda a sua vida lhe passava em flash na sua memória: as brincadeiras que fazia com o seu avô no quintal, as apas quentes que comia com os seus primos enquanto a mãe lhes contava histórias sob o céu estrelado, as vezes que recitava o Corão ao fim da tarde com uma paisagem magnífica à sua frente, a chegada a Londres, os amigos que fez, o lindo sorrisso da pequena Zinad...
A mochila pesa-lhe nas costas e está na hora de se livrar desse peso. Olha para uma senhora idosa incrivelmente bonita que está sentada à sua frente no autocarro. Um homem de gravata olha para o infinito através da janela. Uma jovem sorri para o ar. Ela está apaixonada.
Hasib olha para a sua mochila e olha para as suas mãos. De repente todo o nervosismo desaparece e tudo explode. Eram 9h30m.

17 de julho de 2005

TIPO YAH

Tipo assim... yah.. prontos, é isso tás a ver? Tipo..

This kind of expressions cannot be in my tongue. Porque tipo fica feio yah?
Talvez seja melhor começar a falar como gente. A Exprimir-me como gente.

"mas afinal o que é isto...?" pergunta ele.
"não sei..." responde ela.
e permaneceram presos às palavras soltas que se misturavam nos ares e que formavam uma esfera enevoada e com pouca forma.
ficaram por ali.
e ficaram por ali?
autor desconhecido

16 de julho de 2005

and again...

Há uns tempos [o ano passado] escrevi uma coisinha bonita e do qual nunca mais me esqueci... Talvez por ter sido inventado por mim ou por simplesmente traduzir aquilo que às vezes me vai na alminha [tipo hoje]:

a saudade
doce como mel
que corroi por dentro
até atingir o limite
de nada.
E agora algo que não tem nada a ver: alguém me explica o que são tritones? [palavra em inglês] E de que maneira posso aplicar/praticar no piano? Agradecida... [como se alguém me fosse responder]

12 de julho de 2005

as voltas que a vida dá

Com 13 anos, ela era a mais popular da escola, tinha uma casa com piscina, tinha os rapazes todos atrás dela. Vestia as roupas do último grito e era riquíssima. Eu era a miúda que ela desprezava. Tinha 11 anos, óculos grandes, era magricela e as minhas roupas não eram nada por ai além.
Há poucas semanas - por circunstâncias da vida - a Sandra Feio esticou-me o cabelo ali no cabeleireiro ao pé da estação.

Elas eram o grupo mais terrível de Corroios: as Primas dos prédios brancos, a Silvia (irmã do Rui Peixeiro) e a Olga das barracas ao lado da escola primária. Faziam a vida negra aos demais, gozavam com todos os que se cruzavam com elas. A Apricia era uma das favoritas. Era "torturada" até mais não... Eu própria fui vítima de pequenos incidentes.

Frase da Apricia há poucos dias: "Pois é... uma das primas agora é segurança na Worten do Forum de Almada e eu estou a acabar o curso de enfermagem... As Voltas Que a Vida Dá!..."

8 de julho de 2005

breves apanhados da vida real

O tempo e a inspiração não têm abundado, mas o prazer de publicar um post ranhoso e supostamente engraçado continua.

Hoje no comboio não me contive e tive que rir [tirando hoje é todos os dias, diriam vocês] quando uma senhora se levanta de propósito após uns pequenos minutos de viagem, para uma outra se sentar:
- Olhe desculpe, pode-se sentar aqui, como está grávida...
- Não obrigada... Eu não estou grávida. Sou gorda mesmo...
E fica aquela tensão embarassada [para ler com sotaque español] no ar em que ninguém sabe se há-de rir ou confortar a gorda-que-parece-que-está-grávida-de-6-meses-mas-não-está.

Fora estas viagens engraçadissimas, tenho levado com uma cambada de cromos que irão frequentar o Museu de Etnologia durante um mês para uma formação do centro de emprego [para posterioremente ficarem lá a trabalhar]. Qualquer dia descrevo-os aqui, na medida em que cada um tem a sua singularidade cromática à qual é impossível não reparar.

Relativamente aos últimos acontecimentos mundiais: Terrorismo e afins... Só consigo dizer que isto não será o fim... Ou talvez seja o príncipio de um fim.
Voltarei em breve [tipo amanhã].

4 de julho de 2005

Código Dá Vintes, Dan Brown

Acabei de ler o livro. Tem um excelente enredo, capaz de nos prender pelo suspense e pela enorme transmissão de cultura geral que o autor nos vai brindando ao longo da obra. Estou ansiosa por ver o filme! Em relação à controvérsia gerada pelo livro [é posto em causa todo o Cristianismo Católico Apostólico Romano e ainda o Novo Testamento da Bíblia Sagrada] não me fez diferença.
É sem dúvida um bom livro [e que me fez companhia nas horas vagas que passei no museu!]. Aconselho vivamente!

3 de julho de 2005

as frases míticas do FDS

[baptizado da Bia]
Mimo - Então qual é a Internet que tens?
Marquinhos [9 anos, madeirense ferranho] - Ah... é o eichplóreir!

[museu nacional de etnologia]
Andreia - Yah... e depois vieram os polícias nos cavalos e começaram a dar patadas nos negros e eram eles a defenderem-se e a darem porrada também...
Filipe - O quê?! Senhor dos Anéis na Fonte da Telha?!

[café em Corroios]
Nana - E agora vais escrever no teu blog que viste a barriga da tua prima!
Rita - Vou sim!... Epah por acaso tenho que actualizar aquilo... Já não escrevo à tanto tempo...