15 de dezembro de 2005

destino :: lado nenhum

Detesto andar de metro.
Não é bem isto... Detesto andar no metro apinhado de gente e ouvir vezes sem conta o barulho das portas a abrir e a fechar, seguido pela dócil voz da jovem que deve morar nas catacumbas do Metropolitano de Lisboa a dizer: "Por favor, não forçem as portas".
E depois é em cada viagem ouvir "tenha a bondade de me auxiliar" [ou na versão rap do "cego toxicodependente", como diria um jovem dread sentado à minha frente] ... Não tenho nada contra eles, mas não posso dar moedas sempre que os vejo... Por vezes umas pessoas movem-se de íntima compaixão por um e lá lhe dão uma moeda, mas depois na paragem a seguir entra outro e elas já não dão... [isto parece conversa de adolescente inconformada que acaba de descobrir que o mundo não é perfeito e que não tem muita queda para a escrita...].
Depois é a sensação de que ao subirmos as escadas em massa, somos todos aliens que vamos para sítio nenhum.
E finalmente, a sensação de que sou apenas mais uma na massa.
Detesto andar de metro...

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