23 de julho de 2005

Quando era criança adorava acenar um adeus para as pessoas que passavam no autocarro ou para os funcionários das portagens. Ficava radiante quando obtinha resposta. Era como se eu conhecesse essas pessoas e elas a mim. O momento valia pelo sorrisso partilhado e pela simplicidade do gesto de um desconhecido que animava o dia de uma criança.
Hoje estava eu no autocarro apinhado e vinha sentada do lado da janela. Duas crianças (nos seus 4 e 6 anos) numa varanda de um prédio, acenavam para os passageiros com um sorrisso e uma alegria própria das crianças. Os passageiros carrancudos e mal encarados olhavam com desdém para estas mas elas não desistiram. Foi nesse preciso instante que lhes acenei e lhes brindei com um sorrisso. Elas ficaram radiantes e eu ganhei o meu dia. Como quando era criança.

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