7 de junho de 2005

A noite em que eu salvei um peixinho de água quente

Estava eu a fazer relatório de estágio quando num dos inúmeros intervalos olho para o aquário de água quente que tenho aqui mesmo ao meu lado na sala. Aparentemente tudo normal, diria alguém que não está habituado a observar um aquário destas dimensões. Mas não estava. Os peixes estavam agitados demais para esta hora da noite. Deve ser do calor, pensei eu. E pensava bem. Mas enquanto me auto-elogiava por esta descoberta, dei de caras com um peixinho bébé que se havia metido no meio das pedrinhas. Estava entalado por entre as pedras e não conseguia sair. Eu percebi a sua aflição, pois a barbatana abanava freneticamente. Ele não vai durar muito assim, pensei. E disse não, eu tenho que salvar este peixinho. Montei uma palhinha gigante (para que não sentisse os peixes a "morderem" a minha mão) e movi a pedrinha com jeitinho para não entalar ainda mais o peixinho. Ele continuou quieto pois não se havia apercebido que a pedra já não estava lá. Deve estar inconsciente, pensei eu. Então com a palhinha dei-lhe um toque muito leve para ele reagir. E resultou. Saiu a nadar muito devagar (devia estar tonto porque havia-se entalado de cabeça para baixo) e passado uns breves segundos, começou a nadar bem.
Senti-me feliz. E volto ao relatório.

Sem comentários: