6 de setembro de 2004

Injustiças no Metropolitano de Lisboa

Hoje entrei eu muito bem no metro, mais precisamente na estação do Areeiro rumo a Alvalade, quando ouço o som alegre de uma batucada de uma bengala e de uma gaita tocada harmoniosamente por um jovem cego. O meu primeiro pensamento foi "mas que música tão animada!". Até aqui tudo bem. Mas entretanto, uma mulher põe uma moeda na sacola do jovem e este pára de tocar e diz com um ar irónico e arrogante (e num volume bem alto): "Parabéns! Por ser a única pessoa neste metro a dar-me uma moeda! Ninguém tem respeito por um deficiente como eu, que tem que andar aqui a tocar para não receber nada em troca! Realmente, vocês portugueses não prestam! Qualquer dia ponho-me a pau senão ainda me roubam a sopa!".
Bom, como é de imaginar, toda a gente fica a olhar uns para os outros e até há quem dá uma moeda de lágrimas nos olhos depois daquele discurso (que continuou repetidamente).
Agora eu pergunto... Temos a obrigação de dar uma moeda ao rapaz sempre que o vemos? Ele sabe lá se noutro dia, aquelas mesmas pessoas não lhe deram uma moeda? Ok, ele não sabe, é cego...

Sem comentários: